Com a idade de vinte e três anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão.
Defendeu com tanta ousadia a fé em Jesus Cristo como o "Senhor e Salvador dos homens", provocou a ira do imperador que tentou fazê-lo desistir torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado ao imperador, que exigia que Jorge renegasse sua fé, o que não aconteceu.
Em cada retorno das torturas era uma pregação feita por Jorge que conquistou mais admiração e seguidores dos princípios cristãos. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.
Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu batalhas contra as forças do mal, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.
Todavia, se de São Jorge só possuímos os atos de martírio e mais precisamente de sua paixão, não se pode esquecer que a igreja do Oriente o chama de Grande Mártir e todos os calendários Cristãos o incluem no elenco dos seus Santos.
São Jorge, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como: Gênova (Itália), de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra.
Seguindo, pela evolução dos tempos, a bandeira de São Jorge chega a nossas terras brasileiras, trazida pelos brancos católicos, que ensinaram aos negros escravos e índios a sua história. O negro escravo, que não possuía a liberdade de cultuar seus orixás, associava as qualidades e virtudes dos santos com as suas crenças e fundamentos, portanto devido à bravura, o espírito de guerreiro, determinado em sua fé São Jorge tornou-se Ogum, e assim ficou firmado o sincretismo.
O tempo passou, e num momento do início do século XX, a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, tornou oficial a Umbanda, religião brasileira, o branco, o negro e o índio, como acontece com nosso povo mestiço. A partir desse momento, a visão umbandista alcançou as fronteiras intelectuais, que estudam constantemente iluminadas pelo plano espiritual.
Fundamentalmente o princípio maior na Umbanda é a prática da caridade material, social e espiritual.
Na Umbanda são consagradas sete linhas que englobam todas as forças cósmicas através da lei das afinidades.
O sétimo raio cósmico de Deus é comandado pelo Arcanjo Camael, que ilumina a Linha de Ogum.
Linha de Ogum é a Força da Lei Maior:
Chefiada por São Jorge que se divide em sete legiões.
São elas:
Ogum Beira Mar (inclusive Ogum Sete Ondas) que faz ronda da beira da praia até o alto mar;
Ogum Rompe Mato participa das energias das matas;
Ogum Megê lida diretamente com a Linha das Almas;
Ogum Naruê trabalha com toda a sabedoria contra todos os trabalhos de magia negra;
Ogum Matinata defende os campos de Oxalá, seu domínio é o espaço sideral;
Ogum Yara é a falange que ronda os rios, lagos e cachoeiras, tem sincretismo com Santa Joana D'Arc;
Ogum Delê ou Dilei - esta falange efetua sua ronda sobre o mundo. É a própria lei que liberta-nos das batalhas de diversas encarnações que interferem em nossa evolução espiritual.
A Umbanda une todos os fundamentos em diversas linguagens, mas é a força que reúne seus filhos diante do altar louvando a beleza da fé, que era a afirmação de São Jorge diante de todos os combates contra o mal da intolerância.
O bom combate é carregar a bandeira do amor respeitando todos os irmãos nos seus princípios de fé.