Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o pontos cantados que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do preto velho, a cerimônia do pajé; a encruzilhada do exu, o jardim da ibeijada, o nirvana do hindu e o céu dos orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do preto velho, o charuto do caboclo e do exu; o cigarro da pomba-gira e o doce do ibeji.
Sou gargalhada da pomba gira, o requebro da cigana, a seriedade do exu.
Sou o sorriso e a meiguice dos pretos velhos; a brincadeira das crianças e a sabedoria dos caboclos.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.
Sou o templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre.
Sou determinada e forte.
Minhas forças?
Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade e por amor.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos: na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na mandala, no ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo na última partícula da tua mente, onde te ligas ao criador.
Quem sou?
Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo.
Sou o amor e a esperança
Sou a cura.
Sou de ti.
Sou de Deus.
Sou Umbanda.